quinta-feira, 3 de maio de 2018

HOJE É TUDO MAIS FÁCIL

É comum ouvirmos pessoas que passaram de meio século dizerem que hoje tudo é mais fácil. 

Guardei na memória cenas de época de seca. Assistia pela televisão. Eu posso dizer que não fui atingida diretamente, mas vi pessoas trabalhando na frente de emergência e comendo xique-xique, também vi carestia. Naquela época o transporte era difícil. Alguns produtos não chegavam ao interior. 

Fui alfabetizada com livro didático que trazia fotos de algumas frutas as quais na minha infância e adolescência, só vi a foto ou conheci o sabor através de balinhas (confeitos). Foram groselha, amora, cereja... Hoje, vendem morango até nos semáforos, estacionamentos.

Brincava de amarelinha, queimada, tô no poço, seu mestre mandou...
 
Foi a época dos remédios cibalena, cibazol, tetrex e melhoral. Curativo se limpava com mertiolate e água oxigenada. Hoje os medicamentos são: dorflex, dorilax, paracetamol e dipirona, entre outros.

As bancas exibiam os gibis, as revistas (Contigo, Sétimo Céu, Ternura) e livros de Ágata Christie e Jorge Amado, livrinhos da série Sabrina, Júlia.

Colecionava álbum de figurinhas (do Amar é, do King Kong), moedas, selos, chaveiros, cartões postais.

Minhas horas de humor vinham dos Trapalhões, Chico Anísio e Jerry Lewis.

Foi a época das telenovelas e depois as novelas. Lembro bem da TV Tupi. 

Na década de 80, eu arrumava a casa, ouvindo rádio. Vi surgir os mais diversos modelos de telefone. Ia ao cinema e me deliciava em comer passas enquanto assistia; hoje é a vez da pipoca.

Acompanhei noticiários de greve de trabalhadores.

Eu me deliciava em ir comprar panelinhas de barro na feira que ficava perto da minha casa. Era para o cozinhado da minha casinha de bonecas.

Hoje muitos adolescentes são protegidos por políticas públicas, recebem educação integral, merenda, transporte que vem apanhá-los e deixá-los na porta da casa, livro didático da melhor qualidade, entretanto, poucos se envolvem com o ensino.

A sala de aula não tem motivado alguns, que preferem buscar conhecimento nos sites. Acontece o mesmo com a busca de remédios e diagnóstico de doenças. Algumas pessoas deixam de ir se consultar com o médico para seguir depoimentos de outros que postam. Sabemos que a automedicação é um risco, porque os sintomas são semelhantes e podem confundir o tratamento.


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