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domingo, 7 de janeiro de 2018

A ESCOLHA DA PROFISSÃO NA ERA SMART

A vida é feita de escolhas. Esta é uma das poucas certezas da vida, bem como sabemos que um dia vamos deixar a vida terrena.

Não escolhemos nascer. Não optamos em nos tornar crianças, adolescentes ou idosos, mas são etapas que necessitamos cumprir. Não há como escaparmos dessa condição.

Aí, crescemos ouvindo familiares e amigos perguntando: _ O que você vai ser quando crescer? Até que um dia a “ficha cai”, e chega a hora de decidirmos.

Antigamente se fazia teste vocacional nas escolas. Os pais ofereciam aos filhos opções do tipo: ser engenheiro, médico, advogado, militar, professor, freira ou padre, porque sonharam com isso e investiram na carreira deles. Alguns, em se tratando de padre e freira, seguiram mais como promessa feita a Deus pelos pais, quando pediam que lhe desse um filho, em não se acharem férteis ou quando o filho sobrevivia, pois muitas crianças brasileiras morriam na hora do parto, bem como por motivo de doença comum na infância ou de desnutrição, antes de completar 1(um) ano de vida.

Outra geração seguiu determinada profissão, porque não tinha dúvida que era isso que queria para si. Era por amor mesmo. Porém, hoje, eu sinto que as pessoas escolhem na maioria das vezes, em se tratando do curso que o momento econômico lhes proporciona, por ser perto de casa e trazer vantagens financeiras que não exigem aperfeiçoamento, e mais ainda, por ter a vaga garantida por seu padrinho político quando terminar o curso.

De uma forma ou de outra, enfrentam o dilema de se questionar: vou ser o quê? Tempos atrás se podia sonhar com aposentadoria tranquila. Quem sabe, um dia, comprar uma casa com piscina, um sítio, uma casa na praia, um carro, um cavalo ou adquirir outro patrimônio, ter uma conta “gorda”!

Eu fui da geração do vestibular, da época que ter nível superior era ganhar numa loteria, pois era privilégio de poucos. Era difícil a luta pela sobrevivência na cidade grande. Ser do interior era como se tivesse vindo de outro planeta. Morar na capital gerava muitas despesas. Imagine tudo isso na década de 80, quando o Brasil já era conhecido como país subdesenvolvido!  Era isso que nos ensinavam nas aulas de Geografia. E agora eu vejo, com certa maturidade, como o Brasil era rico e sua riqueza era mal distribuída, pois levou décadas para falir. Gestores engordaram seu bolso e deixaram de investir no povo, seu maior patrimônio. Daí veio o atraso cultural.

Agora, as universidades vêm para o interior, há cursos universitários também a distância; o aluno tem ônibus escolar que lhe deixa na porteira do sítio. Livros didáticos e paradidáticos à disposição, e com tecnologia de fácil acesso.

Mas, onde ficou o sonho de ter uma profissão? Acredito que “muitos pais prepararam os filhos para ser apenas herdeiros”; expressão esta abordada pelo escritor Augusto Cury em um dos seus livros. Portanto, o que devo esperar de filhos que não suaram a camisa, que não apanharam ônibus lotado na capital, não estagiaram? Eu enfrentei essa realidade, por isso, valorizo o meu trabalho e minha profissão de professora, pois sei o que enfrentei. Meu pai, que se tornou médico na década de 70, também vivenciou a dificuldade.

Eu sei que valeu a pena ser estudante brasileiro na década de 70 a 90. Os jovens desse tempo tinham sonhos e neles persistiam. O que mudou com a informática? Revolucionou a vida no sentido de trazer conforto para dentro de casa, trouxe agilidade no raciocínio, mas o profissional ficou insensível. Há processos seletivos que exigem apenas títulos. E a prática? Alguém ficará de fora; fazer o quê? Não se preparou.

A máquina faz tudo para o homem. Ele praticamente só aperta o botão. E as facilidades do mercado estão aí: cheque especial, cartão de crédito, empréstimo, e vamos consumir! Mas, como tem sido o investimento no lado profissional? Quem é o povo que vai consumir?

Eu não culpo pais e filhos. Eu culpo o sistema excludente, que criava cursos profissionalizantes ou de nível superior, no entanto, não gerava empregos. Preocupou-se unicamente em desenvolver política pública assistencialista. E vai de mal a pior, pois quem vai às ruas e protesta, logo mais não terá representantes para dar continuidade à luta, às reivindicações. 

E, quais os cursos mais procurados atualmente? Direito, Informática, Odontologia, Nutrição, Serviço Social, Turismo, Publicidade, Pedagogia, Estética, Psicologia, Técnico de Enfermagem, Téc. em Meio Ambiente, Técnico em Segurança de Trabalho. A Medicina fragmentou-se, substituindo em parte o Clínico Geral. Por exemplo, na Ortopedia existe o médico especialista somente em cabeça e pescoço, ombro ou joelho. Na odontologia existe o ortodontista ou bucomaxilofacial. Vão surgindo de acordo com as necessidades do mercado e se adaptando à tecnologia.

Com todo esse avanço, percebo que à medida que o mundo das profissões abre o leque, e o governo abre cotas, o povo não abre a cabeça, não “interage”, não reflete, devido à praticidade do botão. Na verdade, não internaliza sonhos e valores. O que podemos esperar do mundo digital?

Sinto que várias pessoas têm conquistado título e dinheiro, mas vêm perdendo a essência, o respeito e os sentimentos. O homem conquistou o espaço sideral, entretanto, precisa ganhar no jogo da vida: dignidade, honestidade, fidelidade; superar a maldade e a falsidade. Não basta ter lucro, mas ter hora para ler poesia, ouvir música, dar abraço, aperto de mão e carinho à família e ao amigo, ter amor à profissão, e reconhecer que a vida é efêmera. Então, finalizo dizendo que vejo frutos, mas sinto falta das flores.

domingo, 9 de outubro de 2016

CACHORRO COM NOME DE GENTE E GENTE TRATADA COMO CACHORRO

Um assunto que tem tirado meu sono é o comportamento de certos pais em relação aos filhos. Falo isso como mãe, professora e cidadã, pois tenho observado que tem crescido o número de casais criadores de cachorro ou outros animais, os quais têm dado mais atenção. 

Perguntei a jovens casais quantos filhos querem ter. Pasmem! Responderam: nenhum. Querem apenas criar um bichinho, de preferência um cachorro. Fiquei imaginando a árvore genealógica. Quem tiver em casa será peça de museu.

Fazem aniversário, gastam horrores para manter os de raça, mas esquecem de proteger os da rua. Colocam o nome de pessoa, tratam como um membro da família, dividindo o mesmo espaço na casa. Até aí digamos que está "tudo bem", mas por outro lado, parece que está havendo uma inversão de valores. Se é assim que posso chamar, porque já ouvi uma mulher dizer: _ Vem meu filho (com o cachorro), enquanto disse outro dia com o filho: _ Esse cachorro não presta, não vale nada. Fiquei confusa, pensando: o que posso esperar dessa mãe, desse filho e da sociedade?

Sei não. Aí o sistema educacional quer resultado positivo. Como pode ser, se eu tenho que lidar com pessoas que estão dando mais importância aos animais do que aos filhos. Os filhos se trancam no quarto com tudo à disposição, isolados da família, enquanto não fazem mais canil, pois o cachorrinho, o gatinho, o coelho, o papagaio, qualquer outro bicho vai para o colo do dono da casa. 

Pais, deem colo aos filhos. Não é mais carregar nos braços, mas ouvi-los e orientá-los. É ir à igreja, se divertir junto, acampar, fazer piquenique, ir ao parque, ao cinema, a festival, à festa, a circo.

Voltando às exigências da escola. Quais os reflexos disso? Desajuste familiar. Então, discutimos nos planejamentos como podemos ajudar, e não se encontra solução. E as notas têm que aparecer. Os pais cobram nota azul e esquecem de ver esse lado do sentimento. 

Vou reforçar o que comentei: onde está o abraço, o beijo, o cheiro? Se cachorro gosta disso, imagine gente! 

Eu falo da realidade que vivencio quando colegas de meu filho, na faixa etária de 11 anos, chegam e me abraçam. É sério! Eles chegam abraçando, e não é devido estarem cheios de carinho, é carência afetiva. Eles me acompanham na rua. Temos uma boa sintonia, mas flagrei a mãe de um deles tratando friamente.

Acredito que só conseguiremos alcançar êxito com nosso trabalho, melhorando a autoestima dos pais. A sociedade é o que o lar é: forte ou fraca. 

Samara significa protegida por Deus. Não quero que chamem uma cachorra usando meu nome. Acredito que não me soará muito bem. Sendo assim, vamos chamar nosso filho pelo nome que lhe foi dado ao nascer.

Amo os bichos, mas cada um no seu quadrado. Ouvir o chamado do nome é muito importante, e foi ouvindo as pessoas ao preparar meu livro de sobrenomes, que solidifiquei minha percepção. 

Eu aprendi que o cachorro tem a cara do dono. Acontece o mesmo com o filho. Eles só podem dar o que recebem. Portanto, está explícito que devemos encontrar o equilíbrio. Tem a hora para o cachorro e tem a hora para o filho, seja criança, adolescente ou adulto. Quer encontrar colo e braço.

Eu não deixo passar fome, não maltrato, dou carinho na forma dosada. Reconheço que o cachorro é fiel ao dono, companheiro, amigo; porém, divida esse carinho também com seu filho.

Vejam aí a hora do carinho! Eu não crio, mas gosto de ser recepcionada na casa de uma tia minha por essas duas. Uma é mãe da outra.








(A hora da cócega na barriguinha)

Não fiz o texto para polemizar, e sim, no intuito de despertar os pais para uma maior e melhor interação com os filhos, a fim de poder trazer bons resultados para a sala de aula.