Não é necessário ser um especialista
para se identificar uma pessoa depressiva, pois com o avanço da medicina e das
tecnologias de informação tudo se tornou mais claro e as pessoas vão tendo
acesso e conhecendo os sintomas.
Eu (quando estava com 13 anos) passei
por uma fase de muito choro, logo após perder meu pai-avô. Recebi o título de
“Lacrimosa Perene” quando minha turma do colégio aprendeu essa palavra em
Literatura Brasileira.
Eu havia saído do interior para a capital,
houve muita mudança. Hoje eu diria que o mundo desabou para mim naquela época,
mas até então, eu achava que era uma coisa simples. A partir daí, desenvolvi um
toc (transtorno obssessivo compulsivo) e não se comentava sobre esta
terminologia. Eu desenhava rosinhas em formato de bola, quanto mais desenhava,
mais dava vontade. De um galho eu formava outro, e não me cansava. Comecei a
ficar preocupada achando que ia ficar maluca, pois enchia meu caderno, meus
livros.
Eu gostava de ficar calada. Não sentia
falta de outras pessoas. Bastava estar com minha família. Mas, busquei ajuda.
Procurei estudar nos dois turnos, conhecer novas pessoas, embora quando
voltasse para casa, iria escrever meu diário, e isso já me completava. Também
me tornei consumista, comprava muita coisa desnecessária na hora que via (como
se nunca mais tivesse oportunidade de comprar) e colecionava alguns objetos e cartão
postal com mensagens das Edições Paulinas, principalmente de rosas.
Entrei cedo na Universidade. Era
novidade para mim, eu precisava de estímulo, e com 20 anos eu já estava me
formando em História. Eu não dizia nada a ninguém, porém as pessoas percebiam
meu isolamento. Tudo isso por quê? Porque logo em seguida, minha mãe-avó fez
cirurgia de mama, havia metástese; a doença era tão assustadora que se dizia
C.A. Naquele período eu temia outra perda. Graças a Deus, passaram-se 35 anos e
ela está viva.
Minha fé em Deus e a ajuda de minhas
tias que me incentivavam a sair com elas, ajudaram-me a dar a volta por cima
para eu poder escrever uma nova história.
Gostaria de poder ajudar a quem se
encontra depressivo(a). Primeiro passo: ore, vá à igreja, cante. Segundo: leia
piadas, vá a circo, teatro (pratique a risoterapia), não veja notícia triste, leia
um livro; Terceiro: não se isole da família e amigos. Quarto: passeie em área
verde. Quinto: cuide de um animal. Sexto: faça ginástica. Sétimo: quando se
curar da depressão, visite pessoas necessitadas, testemunhe como estou fazendo
agora; você estará ajudando a outras pessoas.
Devemos estar firmes na fé em Deus e
em paz com os amigos, porque como depressão está ligada ao sistema neurológico,
sempre que há uma mudança na nossa vida, podemos ter alguma recaída. Pode até
se aproximar a tristeza, mas vamos em frente!
Eu precisei apenas de oração, abraço, conselho,
suco de maracujá e passeio para manter o equilíbrio, no entanto, muita gente
que não reage, entrega-se a um quarto escuro e fica dependendo de remédio
controlado, vai ficando cada vez mais dependente. Levante a cabeça. Se for dia
de chuva ou de sol, não importa. Deus lhe deu mais um dia, aproveite. Abra a
janela do seu quarto, sorria para a vida. Faça a sua parte, vale a pena viver!
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