sexta-feira, 5 de outubro de 2018

NOTA AOS LEITORES

Ouve-se dizer por aí que "o silêncio é dos covardes". Eu não vejo assim; não vamos generalizar. Há situações que é melhor ficar calado. Jesus Cristo apanhando, sofrendo como um cordeirinho, permanecia sereno, porque sabia do momento certo para falar. Por isso, fiquei calada até agora, pois sou de paz, prefiro pedir sabedoria a Deus para mim e para quem quer ouvir os conselhos dEle.    

Toda hora sou bombardeada nos grupos do whatsapp, os quais faço parte, por não votar no PT. Já votei, fiz minha parte. Colaborei, afinal, 1 voto faz toda diferença. Hoje, só faço dizer: não saia de casa para votar em branco ou anular um voto. Existe o ruim e o pior. Eu vou ficar com o ruim, mas vou esperar mudança, uma vez que me chamam de inimiga por escolher outro candidato.    

Tenho propriedade de sobra para falar, pois sou cidadã brasileira, mãe, educadora, sempre me envolvi com trabalho comunitário. Sempre estive ao lado dos excluídos, tentando com a minha voz mudar a realidade em que vivem, sem precisar fazer baderna em greve, pois não acho que se consiga direitos com violência, mas com respeito a partir da vida que se tem.    

Levanto bandeira, morando em área considerada favela. Levanto bandeira tendo um carro popular de 10 anos de uso, enquanto escolho caminhar, andar em mototáxi por um valor acessível, pegar carona com o ônibus escolar ou vir com algum amigo. Faço tudo isso, não para engordar minha conta bancária, mas para economizar e distribuir com quem não tem. Não faço assistencialismo no sentido de viciar a pessoa a pedir, mas até a mesma ter condições de caminhar sozinha.   

Levanto bandeira andando a segunda milha, dando atenção a alunos rebeldes quando tantos professores consideram-nos apenas número no diário de classe. Sou dona de casa, funcionária pública, pago impostos direitinho para não cair na malha fina. Minha vida é um livro aberto, então, o testemunho é melhor do que mil palavras.   

Levanto bandeira pensando nas gerações que ainda virão, porque eu já estou colhendo o que plantei. E plantei com suor, indo atrás de cursos, concursos, estudando e não colando em dia de prova nem precisando fraudar concurso. Acho que isso é importante para ser um cidadão de bem.  

Levanto bandeira expondo minha insatisfação com a situação do país, onde vejo diferenças sociais frente a belezas naturais, parando para  refletir com meus alunos, incentivando-os a colaborarem com o mundo.   

Levanto bandeira também no simples gesto de não vender meu voto. Gesto esse digno. Saio logo de casa, ansiosa, feliz para exercer minha cidadania, e assim vou votar com desejo de ver o país se livrar das aves de rapina. Só retiram nossas riquezas para o bolso de pessoas exclusivas, quando deveriam estar sendo usadas para o bem da coletividade.  

Com licença, vou à luta na sala de aula; depois continuarei o texto.

Nenhum comentário: