Assim como há os amigos imaginários da infância, há os amigos invisíveis. Aqueles que não estão perto, mas sempre estão atentos.
Tenho amigos que nunca mais vi, que nunca mais recebi novidades, mas continuam meus amigos.
Eles me ajudaram no momento em que eu precisava e não necessitam atualizar o cadastro para que sejam lembrados.
São para toda a vida, ainda que não estejam comigo a vida inteira.
Quando me encontro com eles, a intimidade é refeita já no abraço.
É possível ficar semanas, meses, anos longe desse amigo, mas nunca perderemos a cumplicidade.
Não vou mentir "vamos combinar algo?" num esbarrão de rua. Muito menos dar desculpas esfarrapadas ao distanciamento.
Confundimos amizade com onipresença.
Amigo não é bater o cartão, mas o que resume nossa trajetória em poucas palavras.
Amigo não é o que liga diariamente, mas aquele que você pode telefonar de repente, de madrugada, sem explicar nada.
A proximidade afetiva é mais importante do que a proximidade física.
Amigo mesmo demora a ser descoberto. Sua permanência depende de seus conselhos.
Amigo mesmo é um irmão que também foi nosso pai e nossa mãe.
Amigo mesmo é tão raro quanto o amor.
Teremos um ou dois ou três em nossa longa estrada.
Amigo mesmo não é o que bebe junto, é o que permanece ao nosso lado depois da ressaca.
(Postado no Facebook em 05/04/2013)
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