sexta-feira, 15 de abril de 2016

SOS PROFESSORES!

A profissão do educador em outras épocas já foi motivo de orgulho para esse profissional; hoje nem tanto. O professor era respeitado e admirado; hoje é desprezado. A tecnologia quase descarta-o. 

Os alunos estão impacientes, cada vez mais irreverentes na escola pública, mas também na rede privada; a diferença é que onde os pais estão pagando, sabem cobrar rendimento da escola, uma vez que mexem no seu bolso.

Alguns jovens viraram a cabeça e fazem da escola o seu palco: lugar de chamar a atenção para os problemas que trazem de casa, quem sabe, a separação dos pais, entre tantos fatores.

O notório é a decadência na sociedade, fruto desses desajustes. Insisto em dizer, pois em outros momentos, comentei neste espaço sobre a ausência da família na formação do caráter dos filhos. Menino pula muro para ir embora, consegue driblar o professor e ainda sai rindo.

A saúde do professor vai se desgastando. A paciência mais ainda. Os alunos naquela "caninga" ficam dizendo: 
Professora, são duas aulas, dê só uma.
Professora, não fale muito.
Professora, olhe esse menino mexendo comigo.
Professora, faça a prova objetiva. 
Professora, a atividade vale quantos pontos?

Professor(a) pra cá, pra lá: pense num nome doce!

Expõem os professores nas redes sociais, riem deles. 

Não adianta metodologia tradicional? Aplica a moderna. Esta não deu jeito, volta para o tradicional. 

É preciso chamar até a guarda municipal para dar um suporte na prevenção da violência. Aluno leva escondido na mochila objeto cortante. E a nossa segurança como fica?

O professor infarta, tem AVC (Acidente Vascular Cerebral), cria calo nas pregas vocais, e assim vai se preparando para futuramente receber o salário da aposentadoria para pagar remédios. Quer dormir, porém a adrenalina está em alta. É estressante sair de uma escola para outra na hora de cumprir a dupla jornada.

A aula é preparada com antecedência, leva-se um texto, no entanto nem todos absorvem a mensagem, porque estão viajando no pensamento com o corpo na cadeira e o espírito na novela, no jogo, no ensaio da quadrilha, no facebook, no whatsapp, no instagram, e por aí vai. E o aluno se estragando, acumulando mensagens sem refletir, sem questionar. Vem para a escola para não ficar com falta no diário de classe, mas a concentração é zero.

Assim caminham os estudantes. Chegam a sair da faculdade sem nunca ter entendido o que é uma vogal, uma consoante, um dígrafo, um ditongo, um hiato, monossílabos, dissílabos, trissílabos, oxítonas, paroxítonas, proparoxítonas, frações, tabuada, raiz quadrada, raiz cúbica...

Minha área é a de Humanas: leciono Língua Portuguesa e História na era do internetês e dos escândalos da política no tema República. Eles não suportam regras, querem falar livremente gírias e abreviar as palavras. De política já "entendem" porque veem na mídia.

E assim foi o meu dia ontem, anteontem, na semana passada, no mês anterior e nos outros anos. Agora o corpo cansado pede para dormir, enquanto tento entender a cabeça desses alunos que só querem ter direitos. Logo mais entrarei em cena, porque o show não deve parar. 

Vamos tentar alcançar as metas, melhorar os índices da educação! Deus nos proteja! Amém!





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