quarta-feira, 3 de abril de 2013

VIDA DE PROFESSOR



Hoje, não escrevi muito pra postar no blog, fiquei mais contemplativa. Não foi nada forçado, foi uma reação natural. Procurei ouvir, observar as pessoas, compreender determinadas situações. Na verdade, foi um dia cansativo, porque houve planejamento na escola, e ainda dei aula. Minha garganta, só Deus sabe como está; o barulho da sala de aula e dos corredores também está me incomodando. Não sei se é a idade que me torna mais exigente, ou se é o corpo acusando o meu limite. Vi que trabalhei muito, no entanto, eu queria mesmo era me sentar, fechar os olhos, sentir minha respiração, o sabor de um lanche, não cumprir horário...Cheguei até a sentir a vontade de ouvir um violão tocando perto de mim. O sol foi se pondo, chegou a noite, daqui a pouco será a madrugada, e ainda não fui dormir. O sono chega, mas o corpo demora a desacelerar, sabe por quê? Porque professor é gente. Professor tem família para cuidar, tem sentimentos, leva os problemas dos alunos para casa, e ainda se abala quando vê uma notícia ruim envolvendo aluno em sua cidade ou em outros lugares. É assim que me sinto.
 Alguém sabe me dizer o nome da síndrome que apresenta os sintomas acima mencionados? Eu amo meus alunos, a sala de aula, procuro inovar, porém, a sensação que eu tenho é que não se faz mais aluno como antigamente: comprometido, satisfeito (desculpe-me, existem as exceções). Os pais precisam nos ajudar. Temos tantas vantagens, recebemos recursos, e alguns alunos não sabem aproveitar as oportunidades, enquanto há lugares que crianças se reúnem em assentos improvisados, em troncos de árvores, outros viajam em canoa todos os dias para assistirem aula em escolas ribeirinhas. Todavia, o que dizer de alunos que estudam em salas com ar condicionado e não estão nem aí?
Sinceramente, vou dormir, acreditando que um dia essa realidade mudará para melhor, porque a escola dos meus sonhos ainda está para existir, quem sabe, perto ou longe do meu presente. O que me consola é saber que foi plantada uma semente na minha geração; afinal, eu, juntamente com outros colegas de profissão argumentamos e estamos tentando encontrar uma saída para deixarmos os alunos mais satisfeitos com a metodologia atual, com as políticas públicas e as ferramentas que estão ao nosso dispor. Vou terminar com RETICÊNCIAS na esperança que Deus nos dê mais saúde para a voz, para a coluna, para a mente estressada, porque energia eu sei que tenho, e apoio não me falta, necessário se faz que as famílias cresçam as fileiras dessa luta, que não é só minha, mas de toda a sociedade. (...)

























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