quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

DOR TEM NOME: ALGIA

Tenho 50 anos. Aos 35 comecei a sentir fortes dores musculares. Já passei por vários ortopedistas e reumatologistas, excelentes médicos. Fui diagnosticada com tendinite (comecei com o desconforto nas mãos, pouco tato); depois veio osteoartrite, fibromialgia. O corpo tenso e dolorido. Cada nome mais bonito que o outro. Aí me recomendam analgésicos e anti-inflamatórios. Fiz fisioterapia e acupuntura por um bom tempo.

Eles explicam que não há muito a ser feito, pois é uma somatória da postura no trabalho com traumas de quedas sofridas, e que o corpo sente o peso da idade. Fui digitadora muitos anos e ainda sou professora. E para completar, tive Zika. Acabei de crer que esta doença não vem de Deus. Acaba com qualquer criatura. De certa forma potencializou o que eu já sentia.

Poxa vida, acordo rígida! (A chamada rigidez matinal). Faço alongamentos todos os dias, antes de sair para o trabalho, porém, o próprio estresse da rotina contribui para intensificar o problema. Jamais coloquei atestado por causa desses sintomas. Pelo contrário, tomo remédio e compareço à sala de aula. E tenho a dor de cabeça como aliada, entretanto, o paliativo resolve por um tempo, aí dou conta do recado. Os alunos, alguns nem desconfiam, uma vez que eu deixo meu saco de problemas lá fora e entro no mundo mágico da Língua Portuguesa e da História.

De sexta-feira até hoje, terça, apresentei dores nas costas, que vêm aumentando, irradiando para o pescoço. Trabalhei normalmente, ainda que me sentindo travada. É uma sensação horrível. Fiquei girando igual a um robô. Por conta própria, fiz massagem em casa, tomei analgésico e anti-inflamatório, mas como isso tudo mexeu com meu humor, estava incomodada com minha cara de choro, então decidi ir ao hospital, onde recebi mais um diagnóstico: lombalgia/cervicalgia. Tomei injeção de Voltaren e Decadron com Complexo B e ficarei tomando um medicamento durante a semana. O médico começou a escrever atestado para mim, no entanto, dispensei, porque tenho que trabalhar amanhã. Preciso encerrar o ano letivo.

Bom, cada um descarrega seus problemas, involuntariamente, em um ponto. Já vi que eu sou na parte óssea, muscular. E nesse histórico, sofro com ar-condicionado, friagem.

Resolvi dividir meu desabafo com muitos que se encontram na mesma situação que eu. Podemos compartilhar e ganhar força escrevendo, passando para o papel, digitando, uma vez que não é manha o que sentimos. Dor é dor e ninguém discute. De repente podemos formar um grupo para depoimentos, e podemos enviar para estudo de alguma Universidade. Você topa o desafio?

O engraçado nesse dilema é que prefiro me exercitar mais e mais, trabalhar; parece que o relaxante muscular não faz tanto efeito. Eu me sinto elétrica. E você, que sabe de algo semelhante, conhece mais alguém assim, diz o quê? Acredito que um dia a Medicina vá nos agradecer por termos testado suas descobertas. Vamos lá!

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