domingo, 6 de novembro de 2016

OSSOS DO OFÍCIO (TEXTO DE CHACAL)

Sempre deixei as barbas de molho
porque barbeiro nenhum me ensinou
como manejar o fio da na navalha

sempre tive pulga atrás da orelha
porque nenhum otorrino disse
como se fala aos ouvidos das pessoas

sou um cara grilado
um péssimo marido
nove anos de poesia
me renderam apenas
um circo de pulgas
e as barbas mais límpidas da Turquia

Chacal. In: Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006. p.72. In: CEREJA, William Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens, 1. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p.112.

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