Luz do sol,
Que a folha traga e traduz
Em verde novo, em folha, em graça,
Em vida, em força e em luz.
Céu azul,
Que vem até aonde os pés tocam a terra
E a terra expira e exala seus azuis.
Reza, reza o rio,
Córrego pro rio,
O rio pro mar.
Reza a correnteza,
Roça a beira,
Doura a areia.
Marcha o homem sobre o chão,
Leva no coração uma ferida acesa.
Dono do sim e do não
Diante da visão da infinita beleza
Finda por ferir com a mão essa delicadeza,
A coisa mais querida:
A glória da vida.
VELOSO, Caetano. Meu bem, meu mal. LP Fontana 826 162-1, 1985. Lado 2, faixa 1. In: INFANTE, Ulisses. Textos: Leituras e escritas. 1. ed. São Paulo: FNDE, 2006. Volume único. p. 458
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