Os peixes de prata ficaram perdidos,
com as velas e os remos, no meio do mar.
A areia chamava, de longe, de longe,
Ouvia-se a areia chamar e chorar!
A areia tem rosto de música
e o resto é tudo luar!
Por ventos contrários, em noite sem luzes,
do meio do oceano deixei-me rolar!
Meu corpo sonhava com a areia, com a areia,
desprendi-me do mundo do mar!
Mas o vento deu na areia.
A areia é de desmanchar.
Morro por seguir meu sonho,
Longe do reino do mar!
MEIRELES, Cecília Meireles. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987. p. 145. In: CEREJA, William Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p.269.
Nenhum comentário:
Postar um comentário