Nasci na década de 60. Já acompanhei muitos momentos bons e ruins da História do Brasil; vivenciando tal realidade bem como através dos registros dos arquivos, pois sou professora de História. Reconheço que avançamos na educação, na saúde e em demais setores da sociedade, e sei que podemos melhorar cada vez mais se os gestores trabalharem pensando no povo e não no seu bolso.
Interpreto o momento político atual que o Brasil está passando como sendo impactante. Confesso que nos assombra ver tanta mudança em pouco tempo. Não se sabe ainda se é para melhor, "pois esmola demais o cego desconfia".
Estou revoltada e inconformada em ver o representante maior do Brasil (no momento, Michel Temer), falar em reduzir gastos públicos. Sabe por quê? Escolheram justamente a classe de professores para considerar que é a categoria que onera os cofres públicos. Sinceramente, é uma piada! Quais as mordomias que nós temos?
Não concordo em mudança que chega pronta, enlatada, no ponto de ser votada, neste caso, Proposta de Emenda Constitucional-PEC. Acredito numa democracia em que o povo decide junto. Então, não gosto quando meus colegas professores acham que concordo com o governo que está aí, só porque não me veem exposta em protestos. Sou mais de observar o desenrolar dos fatos e argumentar na roda de amigos e na família.
Eu penso no meu filho e nos filhos dos outros. Quero uma escola pública de qualidade para todo o país. Quero oportunidade de ganhar o salário digno. trabalhando em apenas um expediente, pois trabalho em dois vínculos, nos três turnos. Entro a madrugada estudando, planejando aula, corrigindo provas e trabalhos dos alunos. Como fica a saúde?
Nós podemos ser valorizados com um piso e acréscimos por reconhecimento, sim, agora querer retirar direitos que conquistamos com sacrifício, não dá.
Onde estavam esses governantes, os votantes da PEC..., PEC..., PEC..., quando eu estava me formando aos 20 anos?
O povo deve ser ouvido. O povo é quem sabe "onde o sapato aperta". Queremos concurso, queremos mais facilidade no acesso ao mestrado e doutorado. Queremos redução de jornada de trabalho, porque a ferramenta mais preciosa do professor é a voz. Queremos saúde para podermos acompanhar o ritmo dos alunos. E não me aposentar perto de ir para o túmulo. Usufruir de quê? Queremos tempo para lazer, para o retiro espiritual, uma vez que ninguém é de ferro nem robô.
Sou sindicalizada. Lutarei sempre para virar a página da história do Brasil onde os vencidos possam ter vez.
Existe professor e professor assim como existe Presidente e Presidente. Vocês precisam de nós, do nosso imposto de renda. Eu sei que pago CPMF, o tão falado imposto que dizem ser destinado para políticas públicas, eu pago luz, telefone, plano de saúde para o meu filho (pois não dá para pagar mais de um), supermercado, farmácia, lazer, combustível, mototáxi. Não tenho diária. Não tenho residência especial. Nunca mais pude viajar de avião. O marido desempregado, e pasmem, pago o INSS dele. Minha casa não tem ar condicionado. Meu carro é popular, porque não sou deputada, senadora ou presidente da República. Sou sofressora, com muito prazer, porque aprendi com Jesus Cristo: "dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
Uma gestor rouba a Deus quando não tem competência de administrar o patrimônio público de uma nação, imagine o que faz com o povo, a obra-prima da Sua Criação! O Brasil é rico. É um escândalo atrás do outro. Trilhões de dinheiro desviados. E ainda chamam de pobre. Isso sim, é estar com a mente cauterizada e não enxergar a máscara que está em seu rosto.
Na redução de gastos públicos, até quando teremos merenda na escola, e transporte escolar?
Na redução de gastos públicos, até quando teremos merenda na escola, e transporte escolar?
Queremos votar para decidir o destino do nosso povo. Esse é o desejo de todo brasileiro que ama seu país. O bom filho não foge à luta!
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