quinta-feira, 21 de agosto de 2014

REFLEXÃO

(Imagem compartilhada do Google)


“Havia um homem apaixonado pelas estrelas. Para ver melhor as estrelas ele inventou a luneta. Aí, formou-se uma escola para estudar a sua luneta. Desmontaram a luneta. Analisaram a luneta por dentro e por fora. Observaram os seus encaixes. Mediram as suas lentes. Estudaram a sua física ótica. Sobre a luneta de ver as estrelas escreveram muitas teses de doutoramento. E muitos congressos aconteceram para analisar a luneta. Tão fascinados ficaram pela luneta que nunca olharam para as estrelas.”
                        Rubem Alves

Eu apliquei o texto acima, do escritor Rubem Alves, no planejamento em uma escola a qual trabalho, porque achei bem adequado à reflexão que tem sido feita com relação à crise que tem havido na educação, pois se interroga onde está o “X” da questão, e não é de hoje essa dúvida. Quando me formei a primeira vez há 28 anos, indagava-se: a culpa é da família? É da escola? É do sistema? É do gestor? É do livro didático? Não tivemos muitos avanços. Eu confesso que o mundo foi avançando em tecnologia e o aluno de hoje respeita mais a máquina do que o professor.
As crianças e os adolescentes brigam muito no ambiente escolar, no horário do intervalo. Mas nós aprendemos a ser pacíficos em casa, e se o aluno só vê discussão em casa? Ele ouve palavrão em casa, na rua, e traz para a escola.
Gente, o que está em crise é a família. Podem surgir teóricos e mais teóricos, mas uma família desajustada reflete na sociedade como um todo. 
Planejamos: vamos inserir na grade curricular um dia de aula para os pais ou responsáveis e complementar com etiqueta social. Sugere-se, convida-se, no entanto, os pais fogem da obrigação e jogam a responsabilidade na escola. Vamos fazer seminários, vamos envolver o nosso bairro, a comunidade. E poucos comparecem para uma simples reunião de pais.
O aluno da escola pública recebe merenda, fardamento, material escolar, transporte, educação integral, reforço escolar, os professores vivem em formação; porém, na casa do aluno, muitas vezes o trabalho não é continuado. Não podemos negar que essa crise atingiu a escola da rede privada, e para o aluno estudar, são usados muitos artifícios para atraí-lo com gosto, pois alguns estudam por obrigação, forçados.
Que geração é essa que está aí? Aprendi que tudo em excesso é veneno, e o que me preocupa é ver os alunos reféns do celular, do tablet, enquanto nós professores somos reféns do sistema que cobra que nós precisamos mostrar número de alunos aprovados.
Insisto em dizer que o problema maior está na família. Antigamente, um pai tinha 15, 18, 20 filhos de uma mesma mulher e pai e mãe controlam seus filhos, então, a história se repete, porque um dia se questionou sobre a televisão, que foi chamada de babá eletrônica, e hoje houve uma substituição da ferramenta pelo computador. 
Vale salientar que os pais são ausentes por trabalharem fora. Alguns saem e voltam e encontram o filho dormindo. No final de semana fazem hora extra ou o filho vai para a casa de um colega. Eu só sei que a luneta está fosca, consertam, compram uma nova, mas a estrela que tem que brilhar para mim é a família. 
      O que uma igreja é um lar é. Se ciar um pastor cairá a congregação. Se o lar for forte, aquele membro será uma fortaleza. Sendo assim, precisamos colocar Deus no centro da família. Existem forças estranhas, as trevas, e uma escola é um ambiente que absorve muita energia negativa e contrária, de forma semelhante a um hospital. Logo, eu oro antes de me dirigir ao meu ambiente de trabalho. Quão bom seria que todos se lembrassem do Autor da família, Deus! 
      A tristeza é que muitos vão deixando a família de lado. Vamos somar forças com oração, palestras, seminários, visita aos lares! Umas estrelas brilham mais que outras, mas não esqueçamos que Deus conhece todas pelo nome e nos busca por mais que fujamos. Ele quer o melhor para a nossa vida; cabe à humanidade colaborar. Como? Dando mais atenção aos filhos. Ouvindo-os, abraçando-os, cheirando-os, brincando, saindo para o lazer juntos, participando de momentos únicos, antes que a máquina nos substitua. Ninguém pode suprir o papel da família, pode só maquiar, imitar, lembre-se disso!

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