envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
superfícies, tênis, um copo de água.
O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número;
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.
(Em certas tardes nós subíamos
ao edifício. A cidade diária,
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro.)
A água, o vento, a claridade
de um lado o rio, no alto as nuvens,
situavam na natureza o edifício
crescendo de suas forças simples.
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994, p. 69-70. In: FARACO, Carlos Emílio. Língua portuguesa: linguagem e interação. 2. ed. São Paulo: Ática, 2013. p.271.
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